No último ano, a queixa tem sido frequente nos consultórios das dermatologistas Gabrielle Adames, Márcia Donadussi e Vanessa Perusso, que conversaram com Donna para explicar as razões por trás deste problema.
Dermatologistas explicam que problema pode estar relacionado a sequelas da covid-19, estresse, falta de nutrientes, penteados e até xampu inadequado Perder cabelo todos os dias é um processo natural – não à toa, é comum que caiam entre 100 e 120 fios todos os dias. Mas há momentos em que a queda ocorre de forma abrupta e em maior quantidade, com cerca de 200 a 300 perdidos diariamente. É, geralmente, quando você começa a notar o excesso na escova.
Cerca de 25% dos pacientes que se recuperam da covid-19 podem ter queda de cabelo, afirma a médica Gabrielle. Nestes casos, a perda tem começado cerca de um mês depois da infecção. Em outras situações, a perda excessiva de fios ocorre três meses depois de um evento traumático, como uma cirurgia ou perda de peso excessiva.
Além disso, o estresse, inerente ao contexto de pandemia, também pode influenciar na perda de cabelo. Vanessa explica que um período de maior desajuste emocional acelera a produção de certos hormônios no organismo, o que pode consumir reservas de determinados minerais, vitaminas e aminoácidos. Por conta disso, o corpo prioriza a condução dos nutrientes restantes para os órgãos vitais – como cérebro, coração e pulmão –, deixando cabelo e unhas em segundo plano.
O estresse também predispõe a dermatite seborreica, conhecida como caspa do couro cabeludo. Se você nota o rosto mais oleoso, é porque a pele do couro cabeludo também está. O ideal é adotar um xampu específico. Com movimentos suaves, massageie o couro cabeludo, com água morna ou fria.
Sim! Manter as madeixas presas pode aumentar a queda por conta de uma condição chamada de alopecia de tração, que está ligada à tensão prolongada dos fios. Pode ocorrer em função de penteados muito repuxados ou quando os fios ficam presos em coques e “rabos de cavalo” por muito tempo. É comum em quem usa tranças ou megahair.
O distúrbio costuma gerar falhas devido ao rompimento dos folículos capilares. Caso o problema não seja tratado no início, o bulbo capilar pode sofrer um dano permanente, fazendo com que os folículos percam sua função e sejam transformados em cicatriz. Quando isso ocorre, os fios não voltam a crescer na região.
Outro fator que pode acentuar a queda de cabelo é uma dieta pobre em proteínas, alertam as médicas. Isso porque o cabelo é feito de queratina, que precisa de uma quantidade adequada de proteínas para ser produzida.
É importante checar se há alguma deficiência de vitamina D, B12 ou de ferro na sua alimentação – o último principalmente em mulheres que têm um fluxo menstrual mais intenso. Se necessário, é preciso iniciar uma suplementação.
Por conta de um fator genético ou alteração hormonal, algumas mulheres sofrem de alopecia androgenética, a calvície feminina. Geralmente, acomete mais a região frontal da cabeça. Diferente do homem, que fica careca na parte de trás, a linha da frente do couro cabeludo não desaparece, porém deixa a pele mais visível e o cabelo ralo. Quem tem ovários policísticos também pode ter o problema.
Há outro tipo de queda, conhecida por alopecia senil, em que é perceptível o afinamento progressivo dos fios. Ocorre principalmente após a menopausa por conta da diminuição de enzimas, explica Gabrielle. Neste período, a pele fica mais ressecada, inclusive a do couro cabeludo. Também há a diminuição do comprimento dos cabelos.
— Com o envelhecimento do couro cabeludo, diminui a nutrição e a vascularização dos fios, que ficam mais finos e frágeis. Os tratamentos visam um rejuvenescimento da pele, recuperando a qualidade dos fios — explica Márcia.
“Todos temos uma individualidade genética, o que todo mundo fala que é excelente para a pele, pode não fazer bem para você. Por isso é preciso se conhecer.”
– Dra. Vanessa Perusso.